sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Dança Circular – Meditação para Ansiosos


Danças circulares são danças coletivas que tem como finalidade a integração do grupo e o fortalecimento do sentimento de pertencimento. Nesta dança, as pessoas se colocam em círculo e realizam coreografias juntas, de forma sincronizada. Cada participante coloca sua intenção e energia na roda, demonstrando o melhor de si em busca de uma unidade.

A origem dessa forma de dança remonta manifestações corporais muito antigas de vários povos, pois, como se sabe, costumava-se celebrar e ritualizar as épocas de colheitas, casamentos, nascimentos, mortes e outros eventos importantes.

A dança circular promove inúmeros benefícios para os participantes, valoriza a saúde integralmente. A dança desenvolve uma nova consciência corporal, senso de organização coletiva, traz fortalecimento da coordenação motora, bem como noção de ritmo. Além de valorizar atitudes cooperativas e de empatia, a dança exige concentração, assim como na meditação – só que em movimento. É certo que estar consciente e fixado no momento presente traz alivio da ansiedade. Também, os participantes comumente relatam, a ampliação do sentimento de pertencimento.

A dança acontece em formato de circulo por diversos motivos. O círculo está presente na história da humanidade como um símbolo potente e carrega como maior significado a noção de totalidade, inclusive entre o ser humano e a natureza. Esse elemento se manifestou em rituais de adoração aos astros, em religiões primitivas e modernas, mitologias e muitas outras situações.

Sendo assim, a disposição em roda nesse tipo de dança facilita a circulação energética e sustenta essa simbologia psíquica e ancestral de completude.

Ao dançar, o mundo é de novo circulado e passado de mão em mão. Cada ponto na periferia do circulo é ao mesmo tempo um ponto de retorno. Se dançarmos um dança matinal, saudando o nascer da aurora dançando, perceberemos, quando nos movimentamos ao longo do círculo, como as nossas sombras, neste circular singular, também descrevem um círculo. Assim, percebemos que giramos 360 graus. Sentimos na caminhada uma mudança através da reviravolta conjunta.”  Wosien

sábado, 15 de agosto de 2020

A Adicção como Objeto Transicional

A psicanalista francesa Catherine Audibert escreveu em 2008 um livro intitulado “A capacidade de ficar sozinho” (tradução livre), nele ela traz seus estudos voltados às relações objetais. Audibert não enfoca no comportamento aditivo propriamente dito, mas sim no mecanismo psíquico e emocional da adicção. E quando se refere ao comportamento aditivo, não se refere somente ao uso compulsivo de drogas, mas também o jogo, sexo, compras...

Importante ressaltar de antemão, que anterior a adicção, está a incapacidade dessa pessoa estar só, sem que seja invadida por um intenso sentimento de solidão.

No conceito winnicottiano da transicionalidade é por onde pode-se começar a compreender a adicção, que é concebida e fixada na primeira infância.

A ilusão da onipotência é o termo que se define pela certeza que o bebê tem que o seio que o amamenta é parte integrante de seu próprio corpo. É função da mãe, uma mãe suficientemente boa, ir gradativamente o desiludindo e fazendo do seio não mais parte integrante, mas sim uma posse (no sentido objeto). “Pertence-me, mas não sou eu”

Posteriormente, ocorre a cisão e a criança opta por um objeto transicional (pode ser um ursinho, um paninho...). Este objeto, que remeterá a presença materna, e por isso é essencial que seja um objeto bom, não permitirá que a solidão o domine. Só que ao contrario do seio que não estava disponível constantemente, o objeto transicional é conservado pela criança. Ela é quem decide a distância entre ela e tal objeto.

A ligação e o afastamento do objeto transicional deixa no sujeito uma marca: fica na mente do indivíduo um espaço transicional que, assim como o objeto transicional, é intermediário entre o interno e o externo. É nesse espaço que se produz muitas das atividades criativas do homem, como as artes, a musica, etc. que “representam” o mundo interno para o exterior e, em certo sentido, “representa” a realidade para si mesmo.

A proposta teórica da Catherine Audibert é a de que se tome a capacidade ou incapacidade de estar só como uma nova linha divisória entre o normal e o patológico. O próprio sentimento de ser estaria condicionado à possibilidade de se gozar uma solidão serena, por oposição a uma solidão mortífera.

Os adictos tentam fugir do vazio uma vez que o outro preencheu tudo, essa mãe esteve intensamente presente e supriu em demasia todas as suas necessidades – foi o excesso de leite –, mas o vazio é um vazio necessário. O preenchimento total faz com que a ausência seja gigantesca! Então a solidão que não foi aprendida a lidar e que não o ensinou a se proteger do outro, ele busca a droga, para se proteger do outro e de si mesmo.

A presença do desejo do adulto não propicia o espaço seguro de que a criança precisa para a constituição de uma interioridade confortável, à qual cada pessoa precisa poder recorrer ocasionalmente e com a qual deve poder contar. É sobre o ambiente que não permite que este espaço se constitua, dá para pensar que alguns pais não deixam a sua criança gozar momentos de solidão, pois eles são por demais presentes, estimulantes, excitantes, angustiantes ou por demais dependentes desta criança que tem por vezes a função inconsciente de evitar a solidão de seu (seus) pais (comumente a mãe).

Normalmente se pensa em uma personalidade dependente em sujeitos privados, mas bem na verdade a grande maioria dos comportamentos aditivos decorrem de um sujeito deprivado.

As adicções podem ser pensadas como uma estratégia paralela de sobrevivência. Elas se colocariam como uma última tentativa de defesa antes da loucura, ou mesmo da morte psíquica. O uso de determinadas drogas seria uma forma de buscar aquela solidão serena, um resguardo com relação ao objeto, a construção de um espaço de proteção que não pode ser desfrutado de outra forma.

A adicção seria uma tentativa de passar sem o outro, evitar essa experiência vivida como insuportável. A alteridade constrange o sujeito a sair de sua reserva protegida e a embriaguez seria um recurso para fazer calar a angústia e reencontrar a quietude. A droga seria o seu objeto transicional, que o faz ter uma relação do interno com o externo.

A dependência de um objeto (droga, jogo etc.) seria a procura desesperada por não depender mais do outro humano, cuja presença é insuportável. Os objetos de investimento passam a funcionar segundo o modelo da perversão: eles são efetivamente desconsiderados em sua alteridade e reduzidos a simples e controláveis objetos de gozo. Esta dependência é então uma resposta (reação) à primeira dependência, não um simples prolongamento dela.

O que torna a estratégia adictiva paradoxal é que, na ânsia por não depender do outro, corre-se o risco de se passar a depender de forma primária de um objeto externo, do qual a pessoa se torna escrava – que é sentido do termo “adicto”. A relação com o objeto transita do campo do desejo e do prazer para o da autoconservação.

Assim, em um recurso bastante distinto do neurótico, o adicto recuaria a um estado de pura sensação: a busca por uma sensação de tal intensidade que lhe impede de perceber a existência ao outro. O relato de sentimento de embotamento emocional é frequente, como se estivesse com ausência de qualquer sentimento

Sob o efeito da substancia a confusão e o ruído do mundo são afastados e ele encontra entorpecimento apaziguante. Aquilo que é sempre apontado como um dos grandes prejuízos sofridos pelo adicto – o empobrecimento do repertorio de interesses na vida e a redução de tudo resumido simplesmente à busca pela “próxima dose”. É como se houvesse uma redução geral da experiência e o mundo ficasse mais simples, com menos “itens” a controlar.

Isto vem ao encontro, de forma dramática, do que observamos sobre as adicções e sua busca compulsiva e exclusiva por sensações prazerosas, a tentativa de evitar a intersubjetividade, a redução do outro a uma dimensão de simples objeto de uso e gozo.

As adicções e compulsões certamente são um importante caminho para a compreensão de como se constitui e estrutura (ou mal se constitui) a subjetividade.

 

“É por razões inexplicáveis que toda pessoa do mundo nasce com um grande buraco no meio do peito. Ainda que não seja desconfortável é normalmente considerado indesejável... e muitas pessoas tentam preencher com alguma coisa. Tem gente que preenche com religião, outros compram coisas e alguns até colocam outras pessoas. EU deixo o meu como está... porque acho que se eu correr contra o vento no ângulo certo ele cantará um assovio”

Micheli Krayevski Eckel - Psicóloga

domingo, 8 de março de 2020

A Capacidade de Estar Só


Vou aproveitar o meu momento vivido e trazer algumas reflexões que tenho feito comigo mesma e com alguns pacientes sobre um dos conceitos winnicottianos que mais admiro: “a capacidade de estar só”. Para isso, recomendo o texto de Winnicott  “A capacidade para estar só”, escrito em 1957, lido em uma reunião da Sociedade Britânica de Psicanálise em julho daquele ano e publicado em seu livro ”O ambiente e os processos de maturação: estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional”. No texto, Winnicott nos diz que a capacidade de "estar só" é um fenômeno altamente sofisticado. Justamente por exigir um alto nível de maturação emocional.
Tá, mas como assim? Como defender um conceito desses em uma época onde muitos parecem lutar desesperadamente para escapar de qualquer sentimento de solidão? Afinal, já notou que quando você chega em casa e não tem ninguém, mais do que depressa liga a TV ou põe uma música para tocar? No ápice da privacidade que buscamos ao utilizar o banheiro, o celular passa a ser nossa grande companhia. Nas redes sociais buscamos incansavelmente esse alguém que nos olha, e expressa esse olhar com os todos likes possíveis.
Podemos até pensar que quem está em recolhimento, ou em silêncio, ou isolado está se utilizando de alguma defesa contra um sentimento de perseguição, tristeza profunda ou um medo. O "estar só" nos dias atuais muitas vezes é encarado como "depressão", "introversão", enfim, como algo patológico, numa completa inversão de significados.
Assim, não nos deixa perceber que, em muitas vezes, ficar só é uma capacidade a ser conquistada. Nesse sentido, "estar só" não é o mesmo que "sentir-se sozinho" ou "estar isolado" pois, como Winnicott nos diz: a pessoa pode estar num confinamento solitário e, ainda assim não ser capaz de ficar só. Ou, pelo contrário, pode estar absolutamente sozinha e não sentir-se isolada da vida. Assim, "estar só" está ligado a uma capacidade de apreciar esse fenômeno sofisticado. Sentir-se assim, é uma conquista da pessoa, algo que para mim se assemelha a liberdade.
Existe um paradoxo aí? Sim, existe! Pois se pode "estar só" mesmo na presença de alguém. Aquela já conhecida metáfora de se sentir sozinho em meio a multidão. Tudo isto esta sustentado nas primeiras experiências do bebê com sua mãe. Imagine um bebê sendo alimentado e a mãe conferindo suas redes social. Este deveria ser o momento em que o olhar da mãe o estaria desenvolvendo a capacidade de se tornar sujeito. Com a ausência desse olhar, o que sobra é a solidão. Já uma “mãe suficientemente boa” (também conceito de Winnicott) com a segurança de seu olhar, desenvolve a capacidade de manter-se ao lado de seu filho, mesmo que ela não esteja ali. Constitui dentro dele a segurança da presença. É este processo que permite o desenvolvimento da capacidade de estar só. O bebê a mantém presente dentro se si, interiorizada. Uma espécie de solidão compartilhada. Este processo é uma conquista porque revela nossa maior integração na personalidade, afastando mecanismos de defesa primitivos, que são carregados de ansiedade, para mecanismos mais refinados e maduros. É neste momento que, através de um ambiente suficientemente bom que apresenta objetos bons, que experimentamos a confiança, e podemos experimentar e sobreviver as seguidas ausências da própria mãe, nos tornando capazes de descansar/relaxar, mesmo na sua ausência. 
O exemplo mais clássico da “capacidade de estar só” é o bebê que acorda depois de um sono tranquilo e aproveita esse momento no berço para brincar com suas mãozinhas, assistir o dançar do seu móbile... somente quando encontrar algum tipo de desconforto – como a fome, irá chorar e chamar pelo cuidador. Este é um bebê maduro. Já um bebê ansioso, ao se perceber sozinho no berço, se desespera e chora para que um alguém venha ao seu socorro.
É a partir de gratificações satisfatórias nesta fase inicial que a "confiança" surge como aquilo que nos permite ter capacidade de estar só, na presença ou ausência do outro, pois, de fato, esse outro que nos inspira confiança na vida está interiorizado em nós, como uma experiência acolhedora.
Então, podemos dizer, segundo Winnicott, que, esta nossa capacidade de estar só se desenvolve bem lá atrás, nas primeiras experiências do bebê, quando seu frágil ego ainda é compensado pelo da mãe. Será, portanto, a capacidade desta em oferecer ao bebê a confiança no existir e na vida, que vai possibilitar a introjeção de um símbolo da própria mãe, carregando-a consigo como representação da confiança que tem em si mesmo e no mundo.
Qual a situação contrária de tudo isto? Uma vida pouco autêntica, falsa em muitos aspectos, e potencialmente patológica, na qual não conseguimos nos sentir seguros, principalmente quando nos vemos sozinhos. Os nossos comportamentos revelam a incapacidade de estar só. Quando pensamos nas necessidades que muitos têm, hoje em dia, de conduzir suas vidas a partir de estímulos externos permanentes. Encontrando somente relacionamentos frustrados, tentativas sexuais de encontrar no outro uma plenitude inalcançável e até mesmo o uso de substancias psicoativas (álcool, drogas e medicamentos). Essa necessidade frenética de estar em movimento, de estar sob estímulo, de estar sob barulho intenso, pode estar revelando uma incapacidade de estar só, um recolhimento necessário para a própria integração de vários aspectos de nossa personalidade.
Poder estar só é uma conquista, uma capacidade, algo que revela que o amadurecimento pôde continuar a partir de uma confiança introjetada com as experiências de gratificação satisfatórias em nosso ambiente inicial. É sobre isto que precisamos pensar quando estamos diante de comportamentos tão submissos à estímulos da realidade ou de isolamento e retraimento.
A "confiança", conquistada a partir das experiências satisfatórias que tivemos em nosso ambiente inicial, é a base para o desenvolvimento de nossa capacidade de "estar só", pois sempre teremos ao nosso lado a segurança trazida por aqueles momentos. Isto nos tornará mais confiantes em si mesmo e na relação com as pessoas e a realidade.
Enfim, se somos capazes de estar só é porque um dia pudemos experimentar segurança, sustentação e amor, e com isso mantemos a confiança no presente e no futuro, em nós mesmos e no mundo!

Micheli Krayevski Eckel
Psicóloga


sábado, 4 de janeiro de 2020

Mudança: o Caminho nos Espera!


Desde que me casei, meu marido e eu nos mudamos de casa algumas vezes. E essas mudanças me trouxeram um aprendizado intenso. O primeiro deles, e que foi crucial, foi de que: Quanto mais coisas acumuladas eu tiver, muito mais trabalho irei ter para achar um novo lugar pra tudo aquilo no lugar novo. A cada mudança eu me desfazia de mais coisas inúteis que eu pensava que um dia eu iria precisar. E isso deixou minhas mudanças, e eu também, mais leve.
Resultado de imagem para mudançaOutra situação comum às mudanças é o desespero que gera dentro de mim em ver todas as coisas encaixotadas, todos os móveis fora do lugar e eu precisando arrumar tudo num novo lugar. A vontade que eu tinha era de sentar e chorar. Aquele caos externo, me gerava também um caos interno. Mudança é sinônimo de estresse. Eu saí da minha zona de conforto e de segurança, de um lugar conhecido e fui rumo ao desconhecido. Pensando nisso, percebi que as mudanças de casa, são iguais as mudanças de precisamos fazer em nossas vidas.
Por que mudamos?
Roberto Shinyashiki, no livro “Amar pode dar certo” disse que as pessoas mudam por uma grande dor, por um grande amor ou por um processo terapêutico. Pode ser... Uma vez em um curso ouvi a psicóloga Priscila Martins contar uma história que sempre me recordo: Um rapaz chega em determinado lugar e se depara com um cachorro sentado no chão uivando, ele questiona o dono do cachorro sobre o que está acontecendo e o dono lhe conta que o cachorro está sentado em cima de um prego. Sem entender direito, o rapaz pergunta o por que dele não sair dali. O dono do cachorro lhe responde: Dói o suficiente para ele reclamar, mas não para se mexer. É claro que o lugar de conforto tem um desconforto, muitas vezes é um lugar de dor, mas nem sempre o suficiente para sair.
Este lugar está vinculado à forma como eu me entendo como gente, o meu lugar no mundo, o meu sistema familiar, o meu papel social. Esse é um lugar que me dá sensação de pertencimento desde a minha infância. Então é um lugar que é possível pra mim. Por isso não podemos julgar aquela mulher que sofre agressões do marido e não se separa; Aquele que sofre e faz a família sofrer com o uso de drogas e não consegue parar; Quem tem prejuízos para a saúde e não consegue emagrecer. Olhamos pra essas pessoas (e pra nós mesmos) e nos perguntamos: Como ele suporta ficar sentado nesse prego?
Não posso julgar! Porque para sair desse lugar é preciso muita coragem. Também é preciso recursos para sair desse lugar. Se você for pensar nas mudanças que já teve em sua vida, irá constatar que sempre precisou da ajuda de outros, e de muitos recursos internos e externos para sair de onde estava. Para sair de um relacionamento, de um emprego, de um corpo, de uma doença, precisamos olhar para a dor e para o que está provocando esta dor, é preciso um caminho interno para enfrentá-la. Olhar para tudo que evitamos, as possibilidades que excluimos e tudo o que teremos que enfrentar.
Quando estou em um ponto, preciso de uma jornada heróica para chegar do outro lado. O detalhe: não sabemos onde essa jornada irá nos levar, se será melhor ou não. Na música do Humberto Gessinger ele canta “Quem constrói a ponte, não conhece o lado de lá”.
Essa não é uma jornada em linha reta, nela encontraremos outros desafios, vamos ser testados, nos expor a perigos, pensar em desistir, nos machucar, vamos encontrar nossos limites, precisar parar para descansar, levantar e continuar caminhando... Até chegar do outro lado.
Só que esse lugar, quando estou na jornada, sendo testado, passando por situações dolorosas, olhando para os limites, as minhas sombras, enfrentando os meus medos, o outro lado da ponte é desconhecido. Eu sai do meu lugar confortável, onde eu tinha a minha identidade e fui para um lugar escuro. Ou seja, eu ainda não sei se será bom.
Tem um ditado famoso que diz que a felicidade está no caminho e não na chegada. Assim, a chance de eu ter enfrentado meus sentimentos, reconhecido meus limites, superado meus bloqueios me coloca numa posição de quem aprendeu a carregar menos bagagem e a ter mais forças e mais recursos internos. Me dá uma flexibilidade maior e coragem para qualquer nova mudança que eu precise enfrentar. O meu outro lado é expansível. Ele tem o tamanho que eu criar.
O caminho nos espera. Coragem!

Micheli Krayevski Eckel
Psicóloga
47 99193-6553