terça-feira, 29 de junho de 2010

Não podemos perder talentos para as drogas!

Programas de prevenção e combate ao uso de drogas sempre encontram barreiras, principalmente dentro das empresas. Se o assunto é tabu em qualquer lugar, nas organizações adquire proporções quase demoníacas. Álcool, tabaco, maconha e cocaína, entre outras drogas, são frequentes no ambiente de trabalho, mas seu uso muitas vezes passa despercebido. O problema é que queda na produtividade, absenteísmo e falta de motivação nem sempre são atrelados ao uso de drogas pelos funcionários.

A primeira pesquisa sobre drogas feita no Brasil, em 2001, em que o Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas), da Unifesp, entrevistou 8.589 pessoas de 107 cidades do país, registrou a dependência de álcool em 11,2% dos entrevistados. Essa também é a droga que mais problemas causa dentro das empresas, seguida pelo tabaco, pela maconha e pela cocaína.
A dependência - independentemente da droga - não elege cargo ou função. De diretores a auxiliares, todos podem ter problemas! Mas quem exerce cargos gerenciais, portanto desempenha papel de líder, tende a se esconder mais, a ficar distante dos poucos programas oferecidos pelas organizações. Pois, há o medo de que a equipe comece a desrespeitá-lo.
O diálogo, o interesse na vida do funcionário, reflete uma mudança significativa na abordagem do problema. Há dez anos, o assistencialismo e o tom acusatório imperavam. Hoje, falar de drogas em empresas não é mais fácil, porem se faz extremamente necessário.A forma menos difícil é incluir o assunto nos programas de qualidade de vida. Nos conceitos modernos, o funcionário é quem assume a responsabilidade sobre si. E os temas álcool, tabaco e drogas ilícitas entram no rol dos problemas de saúde, dividindo espaço com programas de combate ao estresse e de prevenção ao câncer de mama, por exemplo.
É evidente o progresso das empresas. Claro que não podemos negar que há a dificuldade em aceitar o problema. Mas hoje temos casos que provam que a interferência da empresa é indispensável; e não se trata de benemerência, mas de pensar na relação custo-benefício: sai mais barato orientar e tratar o funcionário do que demiti-lo.

Como companhias modernas ajudam o funcionário dependente
• Divulgam, para os funcionários de todos os níveis e setores que estão iniciando um projeto de prevenção e combate ao uso de drogas.
• Deixam claro que o empregado que participar do programa não será demitido, mas sim orientado e tratado.
• Incluem esses programas em outros maiores, de qualidade de vida, o que diminui o preconceito com o tema.
• Definem como primordial a participação da diretoria da empresa no projeto.
• Não obrigam o profissional a aderir; a participação é sempre voluntária.
• Montam equipes multidisciplinares que coordenam o programa, formadas por médicos, psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais, entre outros profissionais.
• Montam equipes de monitores - funcionários treinados para "educar", orientar e encaminhar para tratamento eventuais dependentes químicos.
• Oferecem consultas com psicólogos, dentro e fora da empresa.
• Custeiam tratamentos ambulatoriais, internações e medicamentos (como adesivos para parar de fumar).
• Estendem a familiares alguns dos benefícios oferecidos aos empregados.


Lidar com o uso e abuso de drogas dentro das empresas, não é uma tarefa fácil, mas sem duvidas vale a pena bem cuidar das pessoas, as quais desenvolvem atividades para as organizações. Não podemos perder talentos para as drogas!

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