quarta-feira, 18 de novembro de 2009

DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM

No ser humano, desde pequeno existe a comunicação, mas esta não é feita por meio oral. A linguagem é um sistema de símbolos culturais internalizados, e é utilizada como comunicação social. Assim como no caso da inteligência e do pensamento, o seu desenvolvimento passa também por períodos até que a criança chegue a utilização de frases e múltiplas palavras.
Ao nascer, a criança não entende o que lhe é dito. Somente aos poucos começa a atribuir um sentido ao que escuta. Do mesmo modo acontece com a produção da linguagem falada. O entendimento e a produção da linguagem falada evoluem com o passar do tempo.
O desenvolvimento da linguagem se divide em dois estádios: o pré-lingüístico, quando o bebê usa de modo comunicativo os sons, sem palavras ou gramática; e o lingüístico, quando usa palavras.
No estádio pré-lingüístico a criança, de princípio, usa o choro para se comunicar, podendo ser rica em expressão emocional. Logo ao nascer este choro ainda é indiferenciado, porque nem ele, e muito menos a mãe sabe o que ele significa, mas aos poucos começa a ficar cheio de significados para ambos. É importante ressaltar que é a relação do bebê com sua mãe, ou com a pessoa que cuida dele, que lhe dá elementos para compreender seu choro.
No desenvolvimento da linguagem, os bebês começam imitando casualmente os sons que ouvem, através da ecolalia (repetição). Por isso as crianças que tem problema de audição, não evoluem para além do balbucio, já que não são capazes de escutar.
Por volta dos 10 meses, os bebês imitam deliberadamente os sons que ouvem, deixando clara a importância da estimulação externa para o desenvolvimento da linguagem. Ao final do primeiro ano, o bebê já tem certa noção de comunicação, uma idéia de referência e um conjunto de sinais para se comunicar com aqueles que cuidam dele.
O estádio lingüístico está pronto para se estabelecer. Sendo assim, contando com a maturação do aparelho fonador da criança e da sua aprendizagem anterior, ela começa a dizer suas primeiras palavras.
A fala lingüística se inicia geralmente no final do segundo ano, quando a criança pronuncia a mesma combinação de sons para se referir a uma pessoa, um objeto, um animal ou um acontecimento.
Espera-se que aos 18 meses a criança já tenha um vocabulário de aproximadamente 50 palavras. No entanto ainda apresenta características da fala pré-lingüística e não revela frustração se não for compreendida.
Aos 2 anos se espera que as crianças sejam capazes de utilizar um vocabulário de mais de cem palavras. Entre os 2 e 3 anos as crianças começam a adquirir os primeiros fundamentos de sintaxe, começando assim a se preocupar com as regras gramaticais. Usam, para tanto, o que chamamos de super-regularização, que é uma aplicação das regras gramaticais a todos os casos, sem considerar as exceções. É por isso que a criança quer comprar “pães”, traze-los nas “mães” (mãos).
Aos 6 anos a criança fala utilizando frases longas, tentando utilizar corretamente as normas gramaticais. Chomsky defende a idéia de que a estrutura da linguagem é, em grande parte, especificada biologicamente (nativista). Skinner afirma que a linguagem é aprendida inteiramente por meio de experiência (empirista). Piaget consegue chegar mais perto de uma compreensão do desenvolvimento da linguagem que atenda melhor a realidade observada. Segundo ele tanto o biológico quanto as interações com o mundo
social são importantes para o desenvolvimento da linguagem (interacionista).
Dentro da óptica interacionista, da qual Piaget é adepto, o aparecimento da linguagem seria decorrência de algumas das aquisições do período sensório-motor, já que ela adquiriu a capacidade de simbolizar ao final daquele estádio de desenvolvimento da inteligência. Soma-se a isso a capacidade imitativa da criança. As primeiras palavras são intimamente relacionadas com os desejos de ações da criança.
O egocentrismo da criança pré-operatório também se faz presente na linguagem que ela exibi. Desse modo, ela usa frequentemente a fala egocêntrica, ou privada, na qual fala sem nenhuma intenção muita clara de realmente se comunicar com o outro, centrada em sua própria atividade. É como se a criança falasse em voz alta para si mesma. Contudo ela também usa a linguagem socializada, que tem como objetivo se fazer entendida pelo interlocutor.
Já de acordo com Vygostisky não basta apenas que a criança esteja ‘exposta’ à interação social, ela deve estar ‘pronta’, no que se refere à maturação, desenvolver o estágio para compreender o que a sociedade tem para lhe transmitir:
Para fazer uma síntese do que torna fácil aprender para a criança, apresentamos abaixo:

A LÍNGUA É FÁCIL QUANDO:
É real e natural
É integral
Faz sentido
É interessante
Faz parte de um acontecimento social
Tem utilidade social
Tem propósito para a criança
A criança a utiliza por opção

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